Nesse artigo vamos discutir o efeito “come-cotas” no Tesouro Direto e você vai se surpreender com os resultados obtidos.
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O que é o “come-cotas”
A definição original do termo “come-cotas” vem de um efeito perverso que diminui a rentabilidade de fundos de renda fixa.
Explico.
E há uma regra no Brasil que diz: fundos de renda fixa serão tributados semestralmente (maio e novembro), na alíquota de de 15%, e não apenas no resgate de aplicação (como se dá em outros ativos de renda fixa).
Sabendo que todo fundo de investimento tem seu capital dividido em cotas, todo mês de maio e novembro o Leão dá um mordida de 15% no ganho verificado nas cotas entre esses períodos.
Isso diminui a rentabilidade total, pois se fossem cobrados os 15% apenas no final do período, a rentabilidade total seria maior.
Para compreender PERFEITAMENTE o efeito do “come-cotas”, clique aqui e veja um estudo completo que eu mesmo fiz, e que aborda a rentabilidade de fundos, tesouro e previdência.
Come-cotas e Tesouro Direto?
Tendo consciência que o Tesouro Direto não possui um capital dividido em COTAS, de início, parece não fazer sentido algum falar de “come-cotas” nessa modalidade de aplicação.
Todavia, quando pensamos em investimentos de longo prazo (20, 30 anos), poderemos encontrar um efeito semelhante ao “come-cotas” nas aplicações do Tesouro Direto.
Isso porque os títulos públicos possuem VENCIMENTO (e no vencimento, é cobrado imposto de renda sobre o rendimento).
Logo, se, por exemplo, você investir uma determinada quantia de dinheiro hoje e quiser aplicá-la somente em Tesouro Direto, por 30 anos, provavelmente terá que vender e recomprar títulos de vencimentos mais longos, por diversas vezes, tendo o efeito de tributação em todas essas operações.
Vamos entender com números, para isso ficar mais claro?
Continue lendo…
Cálculos e Planilha
Para avaliar o efeito semelhante ao “come-cotas” no Tesouro Direto, vamos deixar claras as premissas da simulação realizada:
– Investimento inicial: R$50.000,00
– Período do Investimento: 20 anos
– Taxa de juros fixa, ao longo de 20 anos: 12% ao ano
– Iremos aplicar os R$50 mil hoje e, a cada 5 anos, no vencimento do título, resgatá-lo, pagando o imposto de renda, e reaplicando o valor resgatado em outro título, com prazo de vencimento também de 5 anos
– Faremos essa simulação até completar 20 anos, comparando o efeito dessas várias reaplicações, com a situação de ter deixado esse dinheiro investido todo o período, e cobrando imposto apenas ao final
Confira os primeiros dados simulados, na Tabela abaixo:
Aplicou-se R$50 mil e após 5 anos rendendo 12% a.a., teríamos um valor bruto de R$88.117,08.
O ganho de R$38,117,08 (valor final menos valor aplicado) tributado em 15%, faz restar um ganho líquido de R$32.399,52, que somado ao valor investido, chega aos R$82,399,52 resgatados.
Aí, esse valor é investido novamente no Tesouro Direto, por mais 5 anos, e todo processo de cálculo se reinicia.
Veja a tabela completa, abaixo:
Veja que ao final de 20 anos, resgatando e recomprando títulos do governo, de 5 em 5 anos, teríamos um valor de resgate, líquido de IR, de R$368.798,16.
Agora, para comparar esse efeito do pseudo “come-cotas”, vamos aplicar os mesmos R$50 mil, ao longo de 20 anos, porém, só cobrando o imposto de renda ao final do período.
Como o imposto não foi cobrado de 5 em 5 anos, o efeito dos juros sobre juros faz com que o valor de resgate líquido seja maior nessa última situação.
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Resumindo:
– Em uma aplicação com o efeito “come-cotas” no Tesouro Direto, o valor de resgate seria de aproximadamente R$369 mil, enquanto na situação alternativa o valor resgatado seria de aproximadamente R$417 mil;
– Esses dados significam um ganho de 637% e de 735% respectivamente, o que implica numa diferença significativa entre as opções;
– Concluímos que simulações de longo prazo, que supõem uma certa taxa para o Tesouro Direto, e não consideram a possibilidade de a pessoa ter que resgatar títulos vencidos e reaplicar o valor, várias vezes ao longo do tempo, podem errar substancialmente nos resultados obtidos
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