A definição de objetivos é uma etapa muito importante na administração financeira de qualquer indivíduo. E tal importância independe se você é uma pessoa solteira que se sustenta com os próprios rendimentos, ou se tem uma família com cônjuge e filhos.
Neste último caso, em que existe mais de uma pessoa envolvida, há de haver uma conversa entre todos, para resolverem o novo rumo que as finanças da casa vão tomar. Nesse caso é um processo de negociação e trabalho em equipe. Todos devem consciência de seus atos, ajudando a controlar o orçamento doméstico e conversando sobre oportunidades de melhoria.
E tais objetivos, provavelmente, não serão decididos em apenas um dia. É preciso tempo para refletir e negociar com os outros e nós mesmos, até chegarmos às coisas que REALMENTE queremos conquistar, de modo a valer a pena qualquer esforço.
E uso a palavra esforço pelo seguinte: pessoas que se encontram em dificuldades financeiras, provavelmente é porque estão gastando além dos rendimento; acostumaram-se com um nível de vida que não é condizente com a realidade; quando mudam de comportamento para conseguirem poupar e alcançar novos objetivos, parece que a qualidade de vida piora, pois vai deixar de lado alguns costumes (leia-se gastos) que é difícil de se abrir mão.
É por isso que insisto: mudar a vida financeira exige uma alteração de comportamento em vários aspectos, que implica numa grande força de vontade, disciplina e paciência. Mas como já disse em artigo anterior, se os objetivos estiverem claros, o cérebro acaba se acostumando com a nova situação. E tudo começa a melhorar quando verdadeiros sonhos, antes considerados impossíveis, começam a ser realizados.
Então surge a questão: mas como definir objetivos de curto, médio e longo prazo? Veja o exemplo de uma família que, após uma semana de conversas, definiu TODOS os objetivos que passaram pelas suas cabeças.
1) Para daqui um ano
– Viajar para a praia com toda a família: valor atual estimado de R$ 1.600,00
2) Para daqui 3 anos
– Reformar a casa: valor atual estimado de R$6.000,00
3) Para daqui 5 anos
– trocar de carro: valor atual estimado de R$10.000,00
4) Para daqui 12 anos
– Ter uma poupança para o único filho, que estaria com 20 anos de idade: valor atual estimado de R$15.000,00
5) Para daqui a 30 anos
– Ter investimentos no valor de R$500.000,00, para que os juros advindos desse montante funcionem como uma renda complementar à aposentadoria pública
Independentemente do que se considere curto, médio e longo, essa família conseguiu colocar no papel os desejos relacionados a dinheiro, que julgaram mais importantes para eles.
O que resta saber é se, na situação atual, ele têm como poupar uma quantia de dinheiro que possibilite atingir TODOS esses sonhos. Isso deve ser feito com a ajuda da matemática financeira, e a demonstração desse cálculo ficará para um próximo post.
Porém, antes de terminar esse artigo, cabe lembrar dois aspectos importantes:
1) Objetivos devem ser bem definidos, com prazo e valor monetário. Ser milionário, por exemplo, não é um bom objetivo, pois não atende a essas características.
2) Provavelmente a quantidade de desejos que temos é maior do que podemos pagar. Isso acontecerá na vida da maioria das pessoas. Todavia, isso não é algo negativo. Devemos sonhar alto e quanto mais desejamos algo, sentimo-nos estimulados a correr atrás desse objetivo. Quando se colocam metas audaciosas, o cérebro trabalha mais no intuito de buscar alternativas (conseguir mais dinheiro ou fazer com que o objetivo se torne mais barato). Aqui não estou falando de puro consumismo, mas de realização de sonhos verdadeiros.