O que é competência financeira?
O que leva diversas pessoas a terem problemas no gerenciamento de seu dinheiro?
Nos blogs sobre finanças pessoais (inclusive neste), papel de destaque é dado à FALTA de educação financeira das pessoas.
A lógica usada é que: uma pessoa com conhecimento financeiro teria uma maior capacidade de administrar eficientemente seus recursos.
Porém, certos autores (ver Remund 2010, por exemplo) expõem que as causas que levam a uma má gestão financeira pessoal, ainda são controversas.
Alguns trabalhos “jogam a culpa” na cultura do consumo alimentada por agressivas campanhas de marketing e o fácil acesso ao crédito, e até mesmo existem autores que apontam a complexidade do mercado financeiro, como vilã.
Nesse contexto, é possível notar que Educação Financeira, por si só, não é condição suficiente para uma administração financeira pessoal adequada. Isso significa que apenas conhecer não significa que tais ensinamentos serão colocados em prática no dia a dia.
O termo, em inglês, que possui a amplitude do “conhecer e usar os ensinamentos financeiros” é denominado Financial Literacy.
Apesar de a tradução direta de Literacy ser algo como letramento ou grau de instrução, prefiro associar tal conceito com a ideia de competência financeira.
Isso porque o conceito de competência, em boa parte da literatura sobre o assunto, relaciona-se com as dimensões do conhecimento (saber), habilidades (saber fazer) e atitudes (querer fazer).
Nos dias atuais, vejo cada vez mais a necessidade de extrapolarmos a noção de educação financeira (conhecimento = saber).
Primeiramente, o próprio conhecimento está cada vez mais difícil de ser obtido, devido à complexidade dos assuntos financeiros, para grande parte da população (veja o quanto uma “simples” mudança de regra da poupança causou de repercussão e confusão na cabeça das pessoas).
Em segundo lugar, o desejo de consumir e o fácil acesso ao crédito (estamos passando por um momento de queda nas taxas de juros), acabam fisgando até mesmo quem possui conhecimento técnico sobre finanças.
Portanto, acredito que uma melhor compreensão sobre a complexidade do tema, aliada à adoção de conceitos mais amplos (competência financeira), seja um primeiro passo para o oferecimento de conteúdo com cada vez mais qualidade sobre Finanças Pessoais.
REMUND, D. L. Financial Literacy Explicated: the case for a clearer definition in an increasingly complex economy. The Journal of consumer affairs, v. 44, n.2, p.276-295, 2010.
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