Há alguns séculos, cientistas buscam representar fenômenos através de gráficos/equações, na intenção de identificar seus padrões e comportamentos. Certos fenômenos são mais difíceis de se modelar que outros, mas aqui buscarei analisar três relações bastante simples, de forma a analisar a diferença entre elas e tirar algumas conclusões.
A primeira relação que gostaria de expor é entre a quantidade de adubo/fertilizante colocado em uma planta e sua produção. Ao realizar um experimento com diversos vasinhos, sendo o primeiro com uma quantidade pequena de nutrientes, em que se vai aumentando gradativamente sua dosagem, espera-se chegar a um gráfico similar ao exposto abaixo.O que podemos notar é que, nos primeiros vasinhos, ao aumentar a dosagem de adubo, a planta tenderá a responder com um alto aumento de produção. Todavia, esse crescimento será cada vez menor até que em algum momento chegar-se-á a um limite (genético ou de qualquer outro fator) em que a planta não aumentará mais sua produção, por mais adubo que se jogue (na prática, é possível que a produção decresça se a quantidade de adubo utilizado se tornar tóxica à planta).
Um segundo fenômeno que gostaria de apresentar se refere à perda de massa corporal de uma pessoa obesa. A relação entre o tempo de dieta e o “peso” do indivíduo pode ser simplificadamente descrita pelo gráfico abaixo.
Nessa modelagem é possível verificar que um obeso, nos momentos iniciais, consegue uma diminuição significativa de sua massa corporal. Todavia, conforme vai se passando o tempo e a pessoa emagrecendo, vai ficando cada vez mais difícil perder os indesejados quilinhos, no mesmo ritmo de antes. Se a pessoa seguir à risca sua dieta, chegará um momento em que atingirá o peso ideal e o desafio será mantê-lo.
Por fim, a última relação irei apresentar é sobre dinheiro (aplicado a juros compostos) e o tempo. Tal interação pode ser representada no gráfico abaixo.
Na figura verifica-se que, no início, os ganhos são bastante modestos. Todavia, quanto mais o tempo passa, maiores serão os ganhos advindos dos “juros compostos”. Essa relação, chamada de exponencial, significa que quanto mais tempo deixamos o dinheiro guardado, mais dinheiro ganharemos, proporcionalmente ao período anterior (efeito “bola de neve”).
CONCLUSÕES
Os exemplos oferecidos tiveram o intuito de demonstrar a diferença de comportamento entre algumas variáveis, com as quais nos deparamos ao longo da vida.
– Um agricultor (ou agrônomo) deverá estar ciente que existe um limite de produção da planta, devendo escolher qual a quantidade ótima a ser utilizada de adubo: a produção adicional compense o custo de se jogar mais adubo.
– Um obeso, possui o incentivo de conseguir perder “bastante” peso, logo no início de sua dieta. Porém, deverá trabalhar seu emocional (disciplina) para que, nos momentos em que as diminuições de massa corporal não forem tão animadoras, ele não desista de seu objetivo que é atingir o peso ideal.
– Já o investidor que desejar acumular riqueza, precisa estar consciente de que para colher os frutos oferecidos pelos juros compostos, deverá ter paciência. Para isso, será necessário trabalhar seu estado emocional (consumismo) para que o tempo jogue a seu favor.
Portanto, como os cientistas que há séculos vêm estudando fenômenos, todos nós deveríamos buscar compreender como se comportam algumas variáveis que afetam diretamente nossa vida. A partir de tal compreensão, talvez seja mais fácil moldar nossas atitudes na busca de maximizar o benefício de cada fenômeno analisado.
Ficamos por aqui. Boa sorte em suas finanças e vida pessoal.