Dentro dos estudos relacionados a finanças pessoais, muitos pesquisadores vêm se debruçando sobre a seguinte questão: será que o conhecimento adquirido através da Educação Financeira teria influência decisiva no comportamento financeiro dos indivíduos?
Segundo trabalho dos autores Robb e Woodyard (2011), a resposta é NÃO.
Os pesquisadores argumentam que o senso comum é de que a Educação Financeira seria a melhor saída para aqueles com pouco conhecimento sobre o trato com o dinheiro, e que se assume que tal aprimoramento do conhecimento implicaria em melhores decisões financeiras.
Todavia, explicam, existem evidências científicas de que a relação entre conhecimento e comportamento é mais complicada do que se parece. Na verdade, possuir as informações financeiras não significa uma automática mudança comportamental.
Robb e Woodyard (2011) considera, em seu estudo, diversos fatores que influenciariam no comportamento financeiro das pessoas (renda, confiança financeira, satisfação financeira, nível educacional, faixa etária, conhecimento etc), sendo alguns mais significativos que o nível de conhecimento em si. A renda foi a variável que mostrou maior impacto, justificando que maus comportamentos financeiros, como estourar o limite de crédito ou não pagar contas, podem ter sua origem em uma renda baixa.
Obviamente, os resultados de Robb e Woodyard não são conclusivos, muito menos definitivos, pois se tratam de uma pequena amostra de indivíduos norte americanos e sua metodologia pode ser questionável. Mas o interessante é que o trabalho tangencia um dos assuntos que mais me interesso em estudar: como mudar o comportamento financeiro das pessoas? Segundo os próprios autores “conhecimento, sozinho, é insuficiente para assegurar um melhor comportamento financeiro.”
Como diria Carlos Drummond de Andrade: “E agora, José?”.
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