Creio que você já tenha lido ou ouvido falar sobre a fábula da formiga e da cigarra, em que no verão a primeira trabalha e a segunda canta. Chega o inverno, os alimentos ficam escassos e a cigarra, que não pensou no futuro, se vê em difícil situação.
Como em qualquer conto, muitas conclusões são possíveis, a depender do ponto de vista de cada um. Lembro-me que na infância fui ensinado que a grande lição é que não se vive apenas de cantar: é preciso trabalhar duro para conquistar algo na vida. Passados alguns anos, já mais moço e com toda a empolgação que a juventude traz, o estilo de vida da formiga começou a não me parecer algo a ser almejado: vida monótona, sem encanto, focada apenas no trabalho.
Atualmente, um pouco mais velho e menos eufórico, mas cheio de esperança na vida, creio que meu pensamento possui uma grande tendência à disciplina de formiga. Mas não possuo a visão aborrecedora da fábula original, de quem só trabalha, trabalha, trabalha. É uma formiguinha moderna que se diverte, ama, aprende, inova, além da grande virtude de planejar o futuro financeiro – trabalhando para isso.
A minha conclusão é que ser apenas cigarra, nos dias de hoje, fará que mais adiante o canto não seja mais tão belo. Por outro lado, portar-se como a formiguinha da fábula, em que apenas foca no trabalho e sucesso financeiro, talvez culmine em um imenso vazio em dimensões mais importantes da vida, que apenas estabilidade financeira. Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. Mescle o que há de bom em ambos os casos: disciplina financeira para possibilitar prazer em viver.
Todavia, a pior das situações, que encontro com muita frequência em nossa sociedade, está naquelas pessoas que trabalham duro igual formiga e não conseguem poupar dinheiro para o futuro, como a cigarra. Não sei que bicho seria esse, mas te aconselho a não ser um dessa espécie.
Boa sorte em suas finanças e vida pessoal!