Se você não sabe de que forma seus investimentos em Tesouro Direto (PREFIXADOS ou IPCA) são afetados pelo comportamento da Curva de Juros, então precisa ler esse artigo urgentemente…
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O que é Curva de Juros?
Para que a exposição fique bem simples, vamos começar com um exemplo.
Suponha que uma pessoa peça dinheiro emprestado a você.
Nada mais justo que cobre juros dela, não é mesmo?
Todavia, também faz bastante sentido que você cobre juros diferentes, a depender do prazo que a pessoa peça para quitar a dívida.
Pois: quanto mais prazo você der, mais risco vai correr.
Dessa forma, não seria um absurdo que expusesse as seguintes condições:
Opção 1: para pagamento em 12 meses, você cobra uma taxa de 18% ao ano.
Opção 2: pagamento em 36 meses, a taxa sobe para 25% ao ano
Opção 3: considerando um prazo de 60 meses, a taxa vai para 28% ao ano
Ao colocarmos essas 3 opções num gráfico, teríamos:
A esse gráfico damos o nome de Curva de Juros, pois demonstra o comportamento das taxas de diferentes prazos, ao longo do tempo.
Tesouro Direto e Curva de Juros
De maneira análoga ao exemplo anterior, podemos traçar uma curva de juros para Tesouro Prefixado, plotando as taxas pré negociadas por esses títulos, considerando diferentes vencimentos.
Confira um exemplo, para a data de 3 de novembro de 2015, relativa a títulos prefixados.
Para construir esse gráfico, simplesmente entrei no site do Tesouro, baixei os dados de LTN (prefixados) do ano de 2015, e plotei no gráfico as taxas de juros negociadas para vencimento 2016, 2017, 2018 e 2021.
Veja que essa é uma curva com juros crescentes (o que, em teoria, seria de se esperar, conforme nosso primeiro exemplo).
Todavia, devido às constantes incertezas político-econômicas de nosso país, outros elementos acabam interferindo no formato da curva de juros.
Nessa época de novembro de 2015, havia muita incerteza (impeachment ou não, como estavam as contas do governo etc), e tudo isso era embutido na expectativa da Selic futura – se desse tudo errado os juros poderiam subir…
Todavia, se formos UM ANO para frente, o impeachment já havia se consumado e o tal “mercado” já estava com expectativas bem melhores em relação ao futuro.
Podemos ver isso na curva de juros em 3 de novembro de 2016, abaixo:
Agora, plotando os vencimentos de Títulos Prefixados (2017, 18, 19, 21 e 23), verificamos uma curva de juros em queda.
Isso porque, nesse dia, a expectativa era que Selic fosse diminuindo ao longo do tempo, devido ao “mercado” acreditar numa possível melhora do cenário macroeconômico futuro (estabilidade, queda da inflação etc).
Agora nos falta compreender, como isso pode afetar SEUS INVESTIMENTOS.
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A Curva de Juros e VOCÊ
Quando você investe seu dinheiro no Tesouro Direto, deve escolher entre 3 opções: Selic, IPCA ou Prefixado.
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A tal curva de juros afeta em cheio os títulos prefixados, que são marcados a mercado (sendo possível fazer análise semelhante com a parte fixa dos títulos IPCA).
E para ser didático, vamos imaginar que você tenha uma bola de cristal.
Se num dado momento, a curva de juros está crescente (com expectativas de alta da Selic futura) e sua bola de cristal diz que as coisas vão melhorar, com a curva se tornando decrescente em poucas semanas ou meses, o negócio seria encher seu carrinho de títulos prefixados.
Como são marcados a mercado, você teria ganhos extraordinários, principalmente em títulos com vencimentos mais longos.
Porém, se sua bola de cristal disser “as expectativas sobre os juros vão subir“, fuja dos prefixados, pois evitará grandes perdas no curto prazo.
Exemplo Temer
No dia 17 de maio de 2017, a noite, vazaram gravações do Presidente Michel Temer com os donos da JBS, causando um impacto extremamente negativo para a política e economia do Brasil.
O “mercado” começou a se perguntar: “E agora? Será que vão sair as reformas? O presidente renunciará? O que será do Brasil?“
E no dia seguinte, toda essa incerteza se refletiu nas curvas de juros dos prefixados e também IPCA.
As expectativas, de um dia para outro, se elevaram consideravelmente, como podemos ver nas imagens abaixo.
A primeira, é um print da tela do Tesouro, no dia 17/05/2017.
Já a segunda mostra como ficaram as taxas e preços dos títulos, após as gravações, em 18/05/2017.
Veja que nos títulos prefixados, as taxas negociadas saíram de um patamar entre 9,22% e 9,98% e foram para 10,83% e 11,76%.
Isso em UM DIA APENAS.
Tais números resultaram em PERDAS da ordem de 3,7%, 8,5% e 9,4%, nos vencimentos 2020, 23 e 27, respectivamente.
Mais uma vez reforçando, tudo isso ocorreu de um dia para outro (e olha que estamos falando de Renda Fixa e não de Mercado de Ações, hein!)
OBS: para calcular essas porcentagens, pegue o preço do dia 18, subtraia pelo preço do dia 17, divida pelo preço do dia 17 e multiplique por 100.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desse artigo foi inserir o conceito de CURVA DE JUROS, dentro do contexto de aplicações em Tesouro Direto.
Vimos que tal movimentação será decisiva na rentabilidade dos títulos prefixados e, em boa medida, dos indexados ao IPCA.
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Forte abraço e aguardo seu comentário logo abaixo.