Nessa última semana, coincidiu de três fatos acontecerem concomitantemente, o que me deu a ideia de escrever esse artigo, de forma a inspirar meus leitores a fazerem o mesmo. Tais acontecimentos possuem uma linha que os unem: a minha não omissão. Então, vamos a eles.
CARTÃO DE CRÉDITO
Há 8 anos possuo o mesmo cartão de crédito e todo ano a história se repete. Olho minha fatura e lá consta: lançamento da primeira de seis parcelas de R$40,00, a título de anuidade. Então, reservo um tempo do meu dia, e preparo-me emocionalmente para não estressar e agir friamente, desperdiçando o mínimo de energia possível na negociação via 0800.
Após a “via crucis” de passar por incontáveis etapas, digitando diversos números do teclado de meu telefone, escolhi a opção cancelamento. Quando consegui falar com a atendente, expus a motivação de minha ligação: achava abusiva a cobrança de R$240,00 de anuidade e, se ela não tivesse uma proposta boa de redução desse valor, iria cancelar o cartão.
Nesse momento, ela iniciou a apresentação de uma série de motivos que justificariam tal cobrança (é treinada para isso) e eu a interrompi, com bastante delicadeza. Expliquei que tenho ciência de todos os benefícios do cartão, mas que minha intenção era bem clara: ou oferecia um bom desconto, ou cancelava-o.
A atendente solicitou-me alguns segundos de espera e veio com a nova proposta: 6 parcelas de R$29,00. Então, respondi que considerava o valor alto demais e que sempre havia conseguido desconto maior. E ela me respondeu que seu sistema não permitia outra proposta, o que me fez imediatamente pedir o cancelamento do cartão. Porém, como possuía certa pontuação, desliguei o telefone para fazer o resgate desse meu benefício.
Como meus pontos não eram lá essas coisas, consegui dois cupons de R$30,00 em uma livraria online, que usarei para adquirir um bom produto. No dia seguinte, liguei novamente para efetuar o cancelamento, e a nova atendente, ao perceber que iria perder o cliente, concedeu-me um desconto de 80%, ou seja, pagaria apenas R$48,00, “economizando R$192,00. Resultado: continuarei com meu cartão por mais um ano.
Ah, e ao perguntar para tal atendente o que havia acontecido de um dia para outro, em que não havia desconto e de repente apareceu, ela não soube me responder – e nem precisaria, não é?
TV A CABO, INTERNET E TELEFONE
Cansado do péssimo sinal de internet em meu apartamento, decidi trocar de prestadora de serviço. Liguei em uma delas e foi-me oferecido um pacote em que a TV viria com interatividade, filmes gratuitos, identificador de chamada etc. O preço, nos três primeiros meses, viria com desconto e os seguintes o preço normal. Achei a proposta interessante e fechei negócio.
Dois dias depois, o técnico veio fazer a instalação e verifiquei que o produto instalado não foi o prometido, ou seja, a TV não possuía a tal interatividade. Mais uma vez, preparei-me psicologicamente para a batalha e pus-me a ligar para fazer a reclamação. Depois de 30 minutos até encontrar alguém que entendesse o problema ocorrido, vieram duas propostas indecorosas, vergonhosas, que nem vou perder meu tempo em expô-las.
Com muita calma, expliquei para a atendente que ela não iria me enrolar. Ao ouvir dela que a pessoa que me vendeu errou no preço do plano, pois com interatividade sairia mais caro do que o preço que me foi oferecido, disse que ela não poderia transferir um problema causado por eles, para mim. Queria o produto prometido, ao preço acordado.
Pois bem, essa história durou quase um mês, e nenhuma atitude era tomada. Foi então que um grande amigo disse-me que ao fazer uma reclamação por escrito, através do site da ANATEL, oferecendo o número dos protocolos e explicando a situação, as coisas se resolveriam. E assim o fiz: cadastrei-me no site e procedi conforme o amigo havia me ensinado.
Em apenas dois dias, veio um técnico trocar a tecnologia. O interessante foi que ele próprio me disse: “você fez reclamação para a Anatel, né?”, e nas 24 horas seguintes fui contactado duas vezes pela prestadora do serviço para saber se eu estava satisfeito e se poderiam encerrar o processo na Anatel. Eu respondi que sim, mas que queria deixar uma observação: que na próxima fatura não cometessem a barbaridade de colocar um preço maior que o combinado. A atendente me enviou um e-mail com os valores a serem pagos e agora tenho documentado as condições, para me proteger contra futuros problemas.
Se por um lado foi bom saber que via Anatel as coisas se resolvem, por outro ficou o inconformismo de no Brasil as coisas só se resolverem quando a empresa sabe que pode ser punida. O desrespeito é enorme… Ah, só para constar, nesse sábado de manhã uma pessoa dessa mesma operadora, a qual agora sou cliente, me ligou oferecendo o produto que já tenho. Que absurdo e desorganização.
BANCO
Há seis meses, fui com minha gerante negociar uma taxa cobrada pela manutenção de minha conta corrente, no valor de R$20,00 mensais. Porém, ela me deu um desconto por apenas seis meses e a cobrança agora voltara.
Como meu dinheiro não cai do céu, fui ao banco e pedi para que convertesse minha conta para o que eles denominam iConta. Nessa modalidade, perco o direito de ter serviços gratuitos na “boca do caixa”, porém, transferências via TED ou DOC são isentas de cobrança, e não há tarifa alguma de manutenção da conta corrente.
Mudança realizada, “economizei” mais R$240,00 no ano.
Semana financeiramente proveitosa essa minha, não?
E o mais interessante, consegui fazer com que todos esses fatos me estressassem o mínimo possível. Preparei-me emocionalmente para as batalhas e, o principal, não me omiti.
Faça o mesmo você também.
Boa sorte em suas finanças e vida pessoal.