Na manhã do dia em que escrevo o presente artigo, aconteceu um fato que ilustra bem o tema a ser discutido nas próximas linhas.
Todos os dias levo minha noiva pegar o ônibus da empresa onde trabalha, em determinado local da cidade.
Porém, conforme me foi comunicado anteriormente, o ponto havia mudado e hoje precisaria fazer um trajeto diferente.
Quando saí de casa, logo na primeira rua, cometi o erro de ir para o caminho “antigo”.
Quando ela alertou-me sobre o engano, eu disse: “desculpe-me, é a força do hábito“.
Hábitos são ações que praticamos periodicamente, tendo a característica de quase não exigir esforço mental algum para realizá-lo.
Quando você acorda, provavelmente segue certo “ritual” como, por exemplo, calçar primeiro um chinelo e depois o outro, abrir a janela do quarto, pegar suas roupas no armário e dirigir-se ao banheiro, tomar banho, escovar os dentes, e por aí vai.
Todas essas atitudes, e sempre na mesma sequência e milimetricamente iguais ao dia anterior, são executadas pela força do hábito – você não fica todos os dias decidindo o que vai fazer primeiro. O cérebro está no “piloto automático“.
Dessa forma, é possível dizer que os hábitos são um mecanismo que o cérebro criou para poupar energia, fazendo com que trabalhe apenas quando a situação requerer.
Todavia, a importância dos hábitos vão muito além de economia de esforço. Se olharmos com detalhes nosso comportamento cotidiano, perceberemos que os hábitos possuem grande parcela de influência em toda nossa vida.
No campo da saúde, por exemplo, ter o hábito de tomar água constantemente durante o dia, de exercitar-se, ou de se alimentar de 3 em 3 horas com produtos saudáveis, faz toda a diferença.
Pesquisando na internet algum exemplo interessante sobre o assunto, encontrei uma entrevista do bem sucedido empresário Antonio Ermírio de Morais, concedida à Isto É – Dinheiro, em 29/11/2006, quando há época estava com 78 anos.
Veja trecho selecionado, a seguir, em que o jornalista relata um pouco da rotina do empresário:
“Levanta-se às cinco e meia, barbeia-se todos os dias (“detesto barba por fazer, parece desleixo”) e desce para o café da manhã. O desjejum é simples – café com leite, pão com manteiga. Do café, ele dispara para o prédio da CBA, na Praça Ramos de Azevedo, centro de São Paulo. Abre a porta do escritório às seis e pouco e exige que os diretores cheguem às sete em ponto para uma reunião. Quando visita a fábrica, o chefe de produção fica desesperado. “É que o cara tem que chegar às seis e passar um relatório completo”, conta um amigo do dono da Votorantim. Ermírio sempre foi centralizador. E adora números. Quando um assessor diz, animado, que a CBA vai chegar as 470 mil toneladas de alumínio produzidos, ele corrige: “475 mil, na verdade”. Ainda conserva o hábito de anotar tudo em um caderno. É seu controle pessoal. Como presidente do hospital Beneficência Portuguesa (outra de suas paixões além de CBA e do teatro) é capaz de saber quantos lençóis foram comprados, em que dia e para quais leitos. Tudo graças às anotações no caderninho. “O hospital não deve um centavo a ninguém. Pelo contrário. Tem reserva suficiente para honrar de uma só vez cinco folhas de pagamento se for preciso. É um primor de administração.”
Agora pense comigo.
Você acha que sem a manutenção desses hábitos descritos na reportagem, ele teria chegado a um patrimônio avaliado em R$12,7 bilhões, segundo a revista Forbes (2013)?
É importante ressaltar que não estou tratando aqui se você concorda ou não com a forma de viver do empresário.
O que pretendo demonstrar com esse caso é o poder de transformação existente quando cultivamos os hábitos corretos, para determinado fim.
Dentro das finanças pessoais, a história se repete.
Muitas pessoas desejam, do fundo do coração, melhorar o controle do orçamento doméstico. Entretanto, ao longo dos anos foram cultivando tantos hábitos ruins, ligados a consumo, que qualquer estratégia consciente acaba indo por água abaixo.
Em um dia diz: vou mudar. No outro, volta a fazer tudo como antes. O “piloto automático” assume novamente o controle.
Se você está nessa situação, saiba que existe solução. Ela não é rápida, mas é possível.
Vai exigir grande dose de esforço, mas é recompensante.
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Boa sorte em suas finanças e vida pessoal.