Dia desses, recebi uma espécie de desabafo de um leitor, que transcrevo de forma adaptada, a seguir.
“Olá Elisson, como vai você?
Há alguns meses, fui convencido pela atendente/caixa a adquirir um título de capitalização, em que seria debitado de minha conta, todo dia 17, o valor de R$ 50,00, por 60 meses.
Quando chegou no 13º mês, no dia 06 de Janeiro de 2012, recebi um telefonema da minha agência, que comunicava que o banco não mais possuía aquele meu plano de R$50,00 mensais, e que o valor seria reajustado para R$60,00. E como procederam? Cancelaram o meu título de capitalização, informando-me que o valor de R$ 451,14 estaria disponível para resgate na minha conta no 2º dia útil e migraram-me para um plano de R$60,00 durante 48 meses, ou seja, OUTRO título de capitalização. Além disso, debitaram o valor da primeira parcela sem minha anuência.
Ora, eu investi 13 x de R$ 50,00, totalizando R$ 650,00, e só me foi restituído R$ 451,14. Isso seria “normal” caso EU tivesse feito o resgate voluntariamente, porém, foi o próprio banco que extinguiu a aplicação. Fui à agência e contestei com o gerente, mas ele disse que é o que estava no contrato e que não poderia fazer nada por mim. Enfatizei que eu não pedi resgate algum e que foi o banco que rompeu o contrato.
Diante das negativas de me ressarcir, cheguei em casa e resolvi pesquisar na internet sobre o assunto, fiz um documento e no outro dia fui novamente ao banco. O gerente ficou meio assustado com o tamanho do documento e creditou todo o dinheiro que eu tinha investido, ou seja, os R$ 650,00, mais os R$ 60,00 reais que eles tinham debitado de minha conta do novo título de capitalização.
Assim, resolvi o meu problema, recebendo meu dinheiro de volta e não caio mais nessa de investir dinheiro em Títulos de Capitalização, com exposto em seu artigo Título de Capitalização rende bem menos que a Caderneta de Poupança.
Abraços. Paulo”
Que lições podemos tirar desse depoimento?
A mais óbvia delas é que quando se tem INFORMAÇÃO, torna-se mais difícil ser “passado para trás”. As pessoas que trabalham em instituições financeiras, geralmente, são mais bem preparadas (informadas) que os clientes, havendo aí uma assimetria de informação que prejudica esses últimos. Tal assimetria é possível de ser notada desde o início da história, já que o próprio Paulo foi “convencido” pela atendente/caixa a comprar um título de capitalização, que ele mal sabia como funcionava. Em seguida, para reaver um direito que Paulo julgava possuir (valendo-se do fato de ser estudante de Direito), ele adquiriu novas informações e conseguiu argumentar de maneira equânime com o gerente. Resultado: venceu a batalha.
Outra reflexão possível reside na constatação sobre a necessidade de estarmos sempre atentos às nossas decisões financeiras. Elas possuem consequências e precisamos analisar cuidadosamente onde investimos nosso dinheiro. Esse é um exercício árduo, porém, compensador no longo prazo. Resumindo: educação financeira é essencial.
Por fim, gostaria de destacar o senso de não conformidade com a situação do leitor. Muitas pessoas, mesmo sabendo que, de certa forma, estão perdendo dinheiro para terceiros, não vão atrás de seus direitos. Sei que para a grande maioria, é difícil até saber por onde começar, sendo esse artigo elaborado justamente com o intuito de ajudar pessoas na mesma situação a saberem como se portar em certas situações. O próprio leitor enviou-me e-mail posterior, dizendo que eu poderia disponibilizar tal “documento” citado no texto, como forma de disseminar esse tipo de informação.
É isso aí pessoa. Boa sorte em sua vida e finanças pessoais.
Clique AQUI para download do documento apresentado ao gerente do banco.