Inadimplência: um duro golpe
Quando falamos de Finanças para Casais, é muito comum vermos famílias seguirem rumo à inadimplência devido paradigmas financeiros danosos, aliada a um grande conteúdo emocional envolvido.
Para dar-lhe uma ideia de como esse problema é sério, certa vez recebi um e-mail desesperado de uma leitora, com a seguinte frase: “Prof. Elisson. Essa é minha última tentativa de colocar as finanças em ordem”.
Então, começamos uma espécie de terapia financeira, em que pedi para ela explicar o que estava acontecendo.
Depois que iniciamos o “tratamento”, pedi permissão de compartilhar essa história com meus leitores, pois isso poderia ajudar milhares de pessoas que se encontram na mesma situação. Ela anuiu e nas próximas linhas você acompanhará esse caso de perto.
DIAGNÓSTICO
No primeiro e-mail que Maria enviou-me, contando sua história, alguns pontos importantes foram abordados:
– Pessoa entre 30 e 35 anos, filhos pequenos, separada e funcionária pública
– Salário líquido em torno de R$3.500,00
– 3 dívidas com saldo devedor próximo a R$70 (isso mesmo, setenta mil reais)
– Depois da separação, está morando de aluguel, mas quis comprar um imóvel na planta, pagando R$30 mil de entrada (emprestados de um parente próximo) e financiando cerca de R$160 mil.
Dado esse quadro, Maria percebeu que seu salário não era suficiente para dar conta de todas as despesas da casa e ainda pagar as dívidas contraídas. Em seu relato disse estar pensando em fazer “bicos” para ter alguma renda extra e ver se consegue equilibrar as contas. Uma situação terrível de falta de controle financeiro que está ficando cada vez mais comum no Brasil.
Quando deparei-me com esse quadro, fiquei com uma dúvida: que motivos a levaram contrair uma dívida, através de créditos consignados, tão elevada?
Veja a resposta, de forma resumida:
“O que acontece no BANCO X é que para servidores públicos eles são “uma mãe”. Você pode pegar um empréstimo, depois refinanciá-lo, pegar outro, refinanciá-lo e assim por diante. Se tiver um pouquinho de limite, eles abrem crédito.
E eu andava na maior indisciplina, gastando com bobagens, fazendo cursos que podiam esperar, colecionando materiais para concursos, comprando coisas que eram um prazer apenas momentâneo, comprando roupas e acessórios caros, fazendo festas de aniversário de mais de 2 mil reais para os filhos, emprestando o dinheiro que não podia emprestar, exibindo uma vida que não condizia com a realidade e etc…
E, após o fim do meu casamento, continuei tentando manter uma vida de aparências… As contas chegando… Nessa situação, esse tipo de crédito é um prato cheio! Fui INSANA e foi assim que as dívidas aumentaram, Professor!”
Com base nessa e em outras conversas, pude constatar dois problemas principais.
1) Uma falta de conhecimento sobre finanças que culminou em decisões que só pioraram sua situação (por exemplo: achar que pagando aluguel estava jogando dinheiro fora e financiando um imóvel sem condições para tal) e;
2) Um descontrole emocional que influenciava decisivamente (de forma negativa) em suas finanças.
A partir de tal constatação, iniciamos nosso “tratamento”.
FASE DE TRATAMENTO
Realizado o diagnóstico, tenho clareza que minha ajuda consistirá em fazer com que Maria tenha um maior controle de suas finanças e traçar, junto com ela, um plano racional para quitação das dívidas. Algumas decisões duras terão que ser tomadas, mas todas elas serão baseadas em critérios técnicos e respeitando as características da “paciente”.
Dessa forma, a primeira recomendação dada por mim foi a de que Maria construísse seu Balanço Patrimonial e Fluxo de Caixa, conforme capítulo específico de meu ebook “As 5 etapas do planejamento financeiro“.
Ela já está trabalhando nisso, ligando para seus credores e levantando todos os dados sobre taxa de juros, saldo devedor e número de parcelas.
Com base nessas informações, vamos reestruturar seus ativos e passivos, de forma a chegarmos num modelo que seja sustentável. É preciso reequilibrar as contas!
Quando isso for realmente colocado em prática, voltarei a escrever um artigo, mostrando toda a engenharia financeira empregada.
Mas um grande resultado já foi conseguido: Maria agora está CONFIANTE e MOTIVADA. Sabe que ela tem total condições de melhorar e pode contar comigo ao longo desse longo processo.
Eu não estou oferecendo a ela fórmulas mágicas, nem milagres. Apenas apoio e conhecimento técnico.
Assim, acredito estar cumprindo com a minha missão de ajudar mais efetivamente pessoas que realmente precisam.
Caso queira participar de nosso Programa Finanças para Casais, basta clicar aqui e fazer um simples cadastro.