Microeconomia e Teoria do consumidor
A microeconomia neoclássica, em sua teoria do consumidor, apresenta uma forma matemática relativamente simples para tratar de um assunto complexo: respeitando seu orçamento (sua renda), como as famílias escolhem os bens e serviços que irão consumir?
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É possível notar que a frase em negrito, acima, divide a questão do consumo em duas partes:
1) a primeira, relativa às preferências individuais (o que eu tenho vontade de consumir?);
2) e a segunda ligada ao orçamento (o que é possível consumir, com o dinheiro que possuo?).
Nesse artigo, irei focar somente na questão orçamentária, deixando as preferências de lado.
Microeconomia e restrição orçamentária
De forma a simplificar a exposição, a restrição orçamentária será modelada através da análise de apenas dois bens.
Ou seja, posso consumir o produto X, ao preço de R$5,00 cada, ou comprar o produto Y, ao preço de R$10,00 cada.
Suponhamos que a renda seja de R$1.000,00 para gastar com ambos os produtos. Dessa forma, tal situação pode ser modelada pela seguinte equação:
5.QX + 10.QY = 1000
Sendo QX e QY as quantidades que deverei consumir de X e Y, a equação acima significa que ao multiplicar o preço de X pela quantidade consumida desse bem, e somar esse valor à multiplicação do preço de Y pela sua quantidade, o resultado deverá ser igual ao dinheiro disponível (no caso, mil reais).
Essa é exatamente a equação que representa a restrição orçamentária: enquanto consumidores, deveríamos estar restritos a consumir apenas até o limite de nosso orçamento.
Continuando com a análise matemática, voltemos novamente à equação apresentada anteriormente e isolemos a variável QX. Dessa forma, fazendo uma álgebra básica, chegamos a:
QX = 200 – 2.QY
O valor de -2 da equação acima é o coeficiente angular da função.
Trocando em miúdos, ele significa que para cada uma unidade de Y que eu queira consumir a mais, deverei deixar de comprar duas unidades de X.
Essa é exatamente a relação de troca entre Y e X, e corresponde à razão dos preços dos produtos. Como Y custa o dobro de X, para consumir uma unidade a mais do primeiro, deverei deixar de comprar duas unidades do segundo.
Perceba que tal formulação prediz que o consumidor precisa fazer escolhas e respeitar seu orçamento – confira uma abordagem específica, analisando através de balanço e fluxo de caixa, como “viver dentro do orçamento” é importante. CLIQUE AQUI.
A questão das preferências, que é a outra parte da teoria do consumidor (microeconomia), é um pouco mais complexa e deixaremos isso para um artigo específico.
Todavia, a intenção deste texto foi desenvolver uma matemática simples, elaborada há muitas décadas, e que se mostra bastante útil na compreensão do tema.
Uma característica da teoria neoclássica é a pressuposição de pleno conhecimento por parte do consumidor.
Este seria racional e possuiria todas as informações relevantes para o processo de tomada de decisão, utilizando sua limitada renda de forma a maximizar seu bem estar.
Todavia, na prática, as coisas não são bem assim. Os consumidores não possuem informações precisas, extrapolam os limites de sua restrição orçamentária através do crédito, impulsionados pelo desejo de consumo imediato.
Se a vida fosse simples matemática, bastaria respeitar a restrição orçamentária, que muitos dos problemas enfrentados pelas famílias estariam resolvidos.
Felizmente, a vida é muito mais que isso! E certamente a microeconomia não explica tudo.
Boa sorte em suas finanças e vida pessoal.