Saiba como a falta de propósito pode fazer com que as pessoas não guardem dinheiro
Como educador financeiro, faz parte de meu ofício – e de tantos outros – sugerir às pessoas que guardem, habitualmente, uma parcela de sua receita mensal para o futuro.
Todavia, o que se nota é que apenas um baixo percentual da população segue tal conselho. A grande maioria se agarra no consumo imediato de toda sua receita, fazendo uso de financiamentos e pagando juros por isso.
Então surge a pergunta: por que tanta gente se recusa a guardar dinheiro, mesmo depois de ouvir especialistas dizendo que o “certo” seria agir de maneira contrária?
Gostaria de discorrer, neste texto, sobre uma possível resposta: a falta de PROPÓSITO.
Antes de explicar esse ponto de vista, gostaria de diferenciar propósito de objetivo, dentro do contexto que pretendo apresentar.
Objetivo seria um destino (uma finalidade), que se deseja alcançar, como por exemplo, adquirir a casa própria. Já propósito vai além de nós mesmos e leva em consideração os princípios que regem nossas ações.
É algo que transcende e justifica nossa condição enquanto ser humano, fazendo valer a pena cada dia que acordamos e saímos de casa para fazer nossas atividades diárias.
Tal conceito é totalmente abstrato e, a princípio, complexo, mas estou convencido que mesmo havendo objetivos bem traçados, muitas pessoas não conseguem atingi-lo pela “simples” falta de propósito. O objetivo seria um guia e o propósito o combustível para que a disciplina possa se manifestar.
Mas como identificar um propósito?
A dica é perguntar para si, quantas vezes forem necessárias: por que estou correndo atrás de certo objetivo? Após finalizada a sequência de respostas aos porquês, chega-se ao propósito – algo que guia todo o resto.
Vamos para um exemplo:
OBJETIVO: passar em um concurso público.
Mas por quê? RESPOSTA 1: para ter estabilidade
Mas por quê? RESPOSTA 2: para dar segurança à minha família
Mas por quê? RESPOSTA 3: por que minha família é a coisa mais importante da minha vida
Pois bem, chegamos ao propósito. Todo o esforço que a pessoa fará para passar no concurso público tem como combustível o amor que sente pela família.
Dessa forma, o que desejo argumentar é que, muitas de nossas ações cotidianas, que tomam boa parte de nosso tempo, são desprovidas de propósito.
Vivemos como robôs, acostumados a executar as mesmas tarefas diárias, dia após dia, e isso pode trazer como consequência uma boa dose de desânimo, ansiedade ou estresse. Faz-se uma infinidade de coisas e não se sabe o motivo pelo qual se está vivendo.
Em outros casos, mesmo com objetivos definidos, não existe clareza acerca do propósito para que se tome as atitudes certas.
Quando o assunto é guardar dinheiro, devido a uma falta de clareza de propósitos, algumas pessoas acabam por optar pela saída mais fácil: o consumo e o prazer imediato.
Isso se dá porque esses supostos momentos de “felicidade” acabam por confortar, pelo menos momentaneamente, o vazio de suas existências. E vai se vivendo um dia após o outro, à espera de algum milagre que lhes transformem. Infelizmente isso nunca vai ocorrer, pois a transformação só será possível se vier de dentro da própria pessoa.
CASO RYAN – a importância de se ter um propósito que transforma
O ser humano tem uma capacidade imensa de se auto transformar e ao ambiente que o cerca. Sem essa compreensão do poder que temos de traçar nosso próprio destino, além da ausência de propósitos, dificilmente alguém guardará dinheiro, ou fará um bom uso dele caso consiga poupá-lo.
Para ilustrar esse ponto de vista, gostaria de oferecer aos leitores um vídeo bastante curto, sobre o menino Ryan, de forma que possam ter a real compreensão sobre como um propósito bem definido pode ser a mola propulsora para grandes transformações – principalmente quando o assunto envolve dinheiro. Sugiro que, antes do vídeo, leiam um artigo que apresenta todo o contexto do caso Ryan, clicando aqui.
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