De uns tempos para cá, o tema Finanças Pessoais tem virando “moda” no Brasil (vide os diversos espaços que a mídia vem abrindo para o assunto), sendo que as pessoas, muitas delas jovens, estão começando a se preocupar com seu futuro financeiro.
Analisando apenas por esse prisma, isso é algo muito positivo. Porém, a forma como as pessoas estão investindo seu dinheiro também é um assunto importante a ser discutido.
Como já escrevi em artigo recente, não é interessante que uma pessoa aloque seus recursos financeiros apenas porque “ouviu falar” que é bom, pois é preciso ter critérios e conhecer bem o investimento escolhido.
Nesse contexto, a Previdência Privada é um ótimo exemplo ilustrativo. Muitos indivíduos, na ânsia de garantir uma renda extra no futuro, contratam um plano de previdência privada, nas seguintes condições:
1) Não se preocuparam em verificar as taxas cobradas, rentabilidade passada e forma de tributação;
2) escolha do banco foi pelo critério “é onde tenho conta”.
Sou capaz de apostar que a grande maioria das pessoas que possui previdência privada se encaixa nesse perfil.
E isso acontece devido a ouvirem, cada vez mais, que é preciso poupar para o futuro, sem que lhes passem pela cabeça a preocupação se a rentabilidade é boa ou não – dizem: “o que importa é guardar”.
E mais, por não possuírem disciplina, fazem a opção de que o dinheiro seja descontado automaticamente da conta, senão dificilmente iriam guardar o dinheiro. Depois disso, a cada vez que ouvem falar sobre finanças pessoais, orgulham-se em ter uma previdência privada e julgam estar seguros, financeiramente falando, no futuro.
Posso até não discordar da idéia que “guardar alguma coisa é melhor do que guardar nada”.
Mas para aqueles que buscam administrar bem seu dinheiro, a questão não pode ser vista por essa ótica. Leia atentamente as linhas abaixo.
Devemos buscar construir um patrimônio que nos dê certa tranquilidade financeira, sendo isso feito à base de investimentos que tenham boa rentabilidade, pois é ela que fará o bolo crescer mais rapidamente.
Posto isso, ao analisar as rentabilidades históricas de muitos fundos de previdência privada, é possível encontrar coisa muito melhor no mercado. Na maioria dos casos, a baixa rentabilidade se dá por conta de taxas de administração e carregamento, que são um verdadeiro disparate.
Pense o seguinte. No futuro, você precisará de um patrimônio (aplicações financeiras, casas alugadas etc) que possa lhe dar segurança financeira, à medida que os frutos desses investimentos (juros, por exemplo) irão arcar com todas suas despesas.
Quanto maior a rentabilidade ao longo do tempo, maior será o seu patrimônio e, consequentemente, mais tranquilidade financeira. Foque nesse aspecto e não apenas em “guardar um dinheirinho”. Isso porque uma das premissas do sucesso financeiro é escolher bons investimentos.
No próximo post continuarei o assunto sobre previdência privada, tratando de uma questão técnica: as simulações feitas pelos gerentes de banco na hora de lhe oferecer um plano de previdência. É a arte de tirar o coelho da cartola, fazendo o cliente ver o que quer.
Até mais pessoal, boa sorte em suas finanças e vida pessoal.