Como a razão e a sensibilidade podem influenciar suas finanças pessoais
O título deste artigo foi inspirado em filme produzido em 1995 e protagonizado por Emma Thompson e Kate Winslet. Baseado na obra da escritora Jane Austen, as atrizes fazem o papel de duas irmãs de personalidades distintas: a mais velha preza pela racionalidade em suas decisões, enquanto a mais nova é movida pela emoção. Porém, mesmo com tais diferenças, a convivência entre elas é bastante harmoniosa.
ps: antes de prosseguir, se gosta de investimentos e quer baixar um PLANO DE VOO grátis, sem necessidade de cadastrar e-mails, basta CLICAR AQUI. Vai se surpreender ao saber em QUAL NÍVEL de preparação para Aposentadoria você se encontra…
Ao rever tal filme, dias atrás, peguei-me a pensar como essas duas características humanas, razão e sensibilidade, são importantes nas decisões financeiras do dia a dia. Vejamos, ambas, separadamente.
RAZÃO
Quando escolhemos o que, como e por que comprar algo, ou até mesmo em se tratando de decisões de investimento, aconselho a utilização da razão no processo de julgamento sobre a melhor alternativa. Isso significa angariar informações relevantes sobre a situação que está sendo analisada, de forma que se busque a melhor alternativa. Tomando-se como exemplo a compra de um carro, sugiro algumas questões a serem pensadas, antes da aquisição:
– realmente é preciso comprar um carro? Se sim, precisa ser neste momento ou é possível adiar?
– irá comprar um carro zero ou usado? Por quê?
– quais atributos são mais importantes a serem levados em consideração: preço? Cor? Consumo de combustível? Possuir ar condicionado? Ter um motor potente? Um grande espaço no porta-malas? Valor a ser pago de IPVA e seguro? Não perder tanto valor no momento da venda?
– que modelos se encaixam dentro dos atributos mais importantes?
– entre modelos disponíveis, quais seriam os mais vantajosos, considerando-se os critérios escolhidos?
– qual a melhor forma de pagamento? Existem concorrentes, que tornem possível pesquisar preço de determinado carro em outras cidades, por exemplo?
Perceba que as perguntas acima indicam um processo de decisão baseado em critérios, que se aproximam do que julgo ser racional. Nesse caso, apesar de tornar a compra um processo “complexo”, todo esse ritual faz com que o comprador amadureça suas intenções, analise vantagens e desvantagens, e tenda a escolher de forma a aumentar sua probabilidade de acerto.
SENSIBILIDADE
De maneira geral, fortes emoções atrapalham boas decisões financeiras. Quando a sensibilidade está à flor da pele, geralmente, o dinheiro é maltratado. Vejamos alguns exemplos:
– alguém muito apaixonado enche a pessoa amada de mimos, mesmo sem ter condições financeiras para tal: é tudo em nome do amor;
– pais se endividam de forma a fazer todas as vontades dos filhos, pensando: “para eles vou dar tudo o que eu não tive”;
– irmão empresta dinheiro para irmã endividada, em nome do grande afeto e confiança, mas depois entram em atrito quando o primeiro percebe que dificilmente receberá o montante de volta;
– aquele que sofre grande desilusão busca aliviar seu sofrimento indo ao shopping e comprando compulsivamente;
– pessoa compra a casa própria, financiada em 20 anos, com uma parcela que irá apertar seu orçamento, mas “todo sacrifício é válido quando se quer conquistar um sonho”.
Esses exemplos citados são bastante comuns e não se aplicam apenas às pessoas tidas como “mais sensíveis”. Todos nós, de maneira mais ou menos intensa, em algum momento nos deparamos com situações de paixão, compaixão, ódio, ansiedade, obsessão, dentre outras, que na maioria das vezes acaba por prejudicar a boa administração do dinheiro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme as argumentações acima, o que se nota é que, no campo das finanças pessoais, deve haver uma dominância da razão frente às emoções. Porém, tal ponto de vista, de forma alguma, significa que na vida devemos sempre ser mais racionais do que sensíveis. Muito pelo contrário. Na relação com amigos e familiares, por exemplo, muitas vezes devemos aprender a olhar pelas lentes do próximo, mesclando fatores emocionais e racionais. A minha sugestão é que utilizemos e aperfeiçoemos cada uma de nossas características, para usá-las quando forem necessárias. Se nas finanças, a razão leva certa vantagem, na vida talvez razão e sensibilidade devam viver como as irmãs do filme: em harmonia.
#FICA A DICA: se gostou desse artigo, veja também “Razão e consumismo em 5 capítulos“.