Neste ESPECIAL: INVESTIMENTOS já foram realizadas simulações com Fundos de Renda Fixa e Tesouro Direto, avaliando os impactos das taxas de administração e imposto de renda nesses investimentos.
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Na presente etapa, o objetivo é avaliar a Previdência Privada, verificando os efeitos das taxas de administração e carregamento, em sua rentabilidade de longo prazo. Em um primeiro momento, as simulações dirão respeito à modalidade VGBL, sendo o PGBL analisado em próximo artigo.
Dados da Simulação – VGBL
– Foi considerada uma taxa de juros real (descontada a inflação) de 6,15% ao ano;
– Os resultados foram simulados para períodos de 10, 20 e 30 anos;
– As taxas de administração utilizadas para a análise de sensibilidade, foram de 1% e 3% ao ano;
– Foram consideradas duas hipóteses sobre a taxa de carregamento, as quais:
1) Isenção de taxa de carregamento: existem no mercado algumas instituições financeiras que não cobram taxa de carregamento para investimentos com prazos e valores iguais aos simulados;
2) Taxa de carregamento com percentuais variáveis: apesar de existir uma grande variedade de de taxas de carregamento, uma modalidade bastante comum é a que diminui as alíquotas conforme o valor investido.
Nesta segunda hipótese, será considerada a tabela abaixo:
Saldo das aplicações (R$) | Na entrada |
Até 4.999,99 | 4,5% |
De 5.000,00 a 29.999,99 | 3% |
De 30.000,00 a 49.999,99 | 2% |
A partir de 50.000,00 | 1,2% |
Em que a partir de R$5.000,00 de saldo, as taxas cobradas sobre cada aporte mensal irão diminuindo, até o valor de 1,2% para saldos acumulados acima de R$50.000,00.
Quando a tabela acima for utilizada para os cálculos, será denominada no texto como tabela de percentuais variáveis.
– A tributação considerada foi a referente ao regime regressivo, que variam de 35% a 10% as alíquotas do imposto de renda, conforme detalhado em artigo anterior (CLIQUE AQUI e veja a tabela do regime regressivo);
– Por se tratar de VGBL, o imposto de renda foi calculado com base nos rendimentos, excluindo-se os valores relativos ao principal;
– Os cálculos consideraram depósitos mensais de R$200,00.
Resultados
Foram simuladas diferentes taxas de administração (1% e 3% ao ano) e carregamento (isenção e percentuais variáveis), para diferentes prazos de aplicação: 10, 20 e 30 anos.
Os resultados a serem apresentados (Tabelas 1, 2 e 3) se referem aos saldos líquidos finais, para resgate do valor total, em que já foram descontados os valores relativos ao imposto de renda (regime regressivo).
Tabela 1. Resultados para um período de 10 anos
Taxa de carregamento | ||
Taxa de administração |
Percentuais Variáveis |
Isenção |
1% ao ano |
R$28.574,88 |
R$29.572,56 |
3% ao ano |
R$26.151,16 |
R$27.060,67 |
Tabela 2. Resultados para um período de 20 anos
Taxa de carregamento | ||
Taxa de administração |
Percentuais Variáveis |
Isenção |
1% ao ano |
R$ 75.749,46 |
R$ 77.856,93 |
3% ao ano |
R$61.382,94 |
R$ 63.099,74 |
Tabela 3. Resultados para um período de 30 anos
Taxa de carregamento | ||
Taxa de administração |
Percentuais Variáveis |
Isenção |
1% ao ano |
R$ 152.946,40 |
R$ 156.722,20 |
3% ao ano |
R$ 108.587,80 |
R$ 111.190,90 |
Perceba que as tabelas são apresentadas em um mesmo padrão, sendo a Tabela 1 referente a um prazo de investimento de 10 anos, a Tabela 2 para um prazo de 20 anos e a Tabela 3 referindo-se a 30 anos de aplicação.
Na primeira coluna dessas tabelas são definidas duas taxas de administração diferentes (1% e 3% ao ano).
Já no seu topo (duas primeiras linhas) são apresentadas também duas situações: 1a) em que há isenção de taxa de carregamento; 2a) com cobrança de taxa de carregamento conforme tabela de percentuais variáveis.
É possível verificar, nas três tabelas apresentadas, que conforme as taxas de administração ou carregamento aumentam, os saldos finais diminuem, como já era de se esperar, sendo tal efeito mais acentuado em prazos mais longos.
Em valores absolutos (expressos em reais), constata-se que o efeito de um aumento na taxa de administração, de 1% para 3% ao ano, foi bem mais impactante do que a diferença relacionada a se passar de uma situação de taxa de carregamento zero, para uma taxa de percentuais variáveis.
Todavia, quando se trabalha com valores absolutos, as interpretações ficam vinculada aos valores dos aportes mensais (quanto maior o valor aplicado, maior a diferença).
Dessa forma, para ampliar a análise, foram calculadas as perdas relativas aos saldos líquidos finais, em valores percentuais médios, ao se passar de uma taxa de administração de 1% para 3% ao ano, mantendo as outras características constantes. Veja os resultados na Tabela 4
Tabela 4. Perdas relacionadas à taxa de administração
Período | Perda Percentual |
10 anos |
8,5% |
20 anos |
19% |
30 anos |
29% |
Notem que um aumento de 2 pontos percentuais na taxa de administração (passando de 1% para 3% ao ano), causou diminuições significativas no saldo final das aplicações.
Para um período de 10 anos, a perda foi calculada em 8,5%, sendo que para um período de 30 anos, o patrimônio seria 29% menor. Um grande impacto, concorda?
Com relação às taxas de carregamento, foram comparados os saldos líquidos finais referentes à situação de isenção e à situação em que se aplica a cobrança relativa à tabela de percentuais variáveis.
Os resultados, expressos em perdas percentuais médias, referem-se a essa comparação de saldos e podem ser vistos na Tabela 5.
Tabela 5. Perdas relacionadas à taxa de carregamento
Período |
Perda Percentual |
10 anos |
3,37% |
20 anos |
2,71% |
30 anos |
2,37% |
Como se pode notar, sair de uma situação de isenção de taxa de carregamento, para uma cobrança conforme tabela de percentuais variáveis, não causou perdas tão severas como os aumentos relativos à taxa de administração.
As perdas ficaram na faixa de 2% a 3% do saldo líquido final.
Esse menor impacto se deve aos fatores relacionados abaixo:
1) Um aumento na taxa de administração interfere diretamente na taxa de juros da aplicação. Para esta simulação, que utiliza uma taxa de juros real de 6,15% ao ano, uma taxa de administração de 3% significa uma perda de quase 50% na rentabilidade líquida – e esta incide sobre o total acumulado dos saldos, todo mês;
2) Já um aumento na taxa de carregamento (situação de isenção para situação de percentuais variáveis) não causou impacto tão grande, por não alterar a taxa de juros remuneratória do dinheiro, mas apenas o valor a investido mensalmente. Além desse fato, devido às alíquotas decrescerem ao longo do tempo, as perdas não aumentaram de maneira relevante com o aumento do prazo. Isso porque as maiores taxas são cobradas quando o saldo em conta é baixo, ou seja, nos primeiros 10 anos.
Porém, não é devido ao menor efeito, que as taxas de administração devem ser desconsideradas. A figura abaixo mostra a diferença de saldos, ao longo do tempo, entre as situações de isenção e cobrança de percentuais variáveis.
Para um investimento ao longo de 30 anos (360 meses), as perdas podem chegar ao valor aproximado de R$4.000,00 (em valores de hoje). Cabe a você decidir se esse dinheiro ficará com você ou com a seguradora/banco.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
– é necessária muita cautela ao fazer comparações diretas entre os resultados apresentados nas simulações desse texto, e os resultados relativos às simulações com Tesouro Direto e Fundos de Renda Fixa. Isso será feito no último artigo, deixando claras as limitações da análise. O objetivo, por hora, é apenas analisar os efeitos das taxas, nos saldos finais de cada simulação.
– na contratação de um plano de previdência privada, outros detalhes existem e foram desconsiderados para efeito da análise. Um deles é que o valor acumulado pode ser usufruído na forma de benefícios mensais (por prazo determinado ou indeterminado), o que poderia influenciar na tomada de decisão, já que a tributação dos benefícios seria com base na alíquota de 10% (frente a 15% de imposto nas outras alternativas). Porém, a análise não perde em generalidade, dado que quanto maiores as taxas cobradas, menor o saldo final e também menores seriam os benefícios.
Por hoje é só pessoal. Boa sorte em suas finanças e vida pessoal!