Conceituemos paradigmas como sendo modelos nos quais nos baseamos para tomar decisões financeiras.
Explicando de outro modo, são nossas referências, que influenciam a forma como vemos tudo ao nosso redor.
Vejamos alguns exemplos de como tais paradigmas são construídos ao longo da vida.
Família
Dentro de casa aprendemos diversas “regrinhas” as quais devemos nos pautar ao longo da vida:
- estude bastante para conseguir um bom emprego;
- faça tudo o que estiver ao seu alcance para fugir do aluguel e comprar sua casa própria;
- parcele ou nunca terá coisa alguma;
- e por aí vai.
Obs: não entrarei no mérito se os exemplos citados são bons ou ruins.
Religião
Muitas religiões pregam o desapego aos bens materiais, associando riqueza financeira a algo pecaminoso:
é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico ir para o reino dos céus.
Escola
Dentro do ambiente escolar somos bombardeados por paradigmas que nos seguem durante anos a fio.
Quantas vezes não ouvimos que pessoas que não tiram boas notas nunca terão sucesso na vida adulta?
Ambiente de trabalho
Esse é um ambiente riquíssimo em moldar paradigmas alheios.
- Vestir a camisa da empresa,
- trabalhar duro para produzir cada vez mais,
- perceber que só é promovido quem é amigo do chefe,
São alguns exemplos…
Sociedade
Pessoas que desafiam paradigmas sociais sofrem constantes represálias ou vivem à margem.
Existem modelos: de beleza, de bom comportamento, de bom aluno etc.
As decisões de consumo são muito afetadas por isso.
Quem nunca ouviu a frase: “no aniversário de fulana TEM que dar uma lembrancinha, senão fica chato”?
Como é possível notar, muitos de nossos hábitos financeiros se expressam de maneira inconsciente, tendo sua origem em paradigmas muito arraigados em nosso interior e construídos ao longo de toda uma vida.
Não é incomum uma pessoa endividada achar que tal situação é “normal”, ou que seus hábitos atuais não são os causadores de sua situação financeira difícil.
Mudar tais paradigmas não é nada fácil, mas possível.
Na verdade, principalmente para aqueles que não conseguem poupar dinheiro ou estão devendo, chego a dizer que é IMPRESCINDÍVEL.
Sem uma revisão das referências que servem de base para nossas tomadas de decisão, será uma corrida atrás do próprio rabo.
Pensa-se positivo, passa-se alguns dias segurando as despesas, mas depois tudo foge do controle novamente.
Há também aquelas pessoas que vivem de promessas, mas nunca conseguem cumprir o que prometeu a si.
Então, como mudar esses paradigmas?
Escrevi um artigo exatamente para dar conta dessa reflexão…