PROBLEMÁTICA: muitos dos cálculos financeiros que vemos em jornais e revistas, sobre economia, utilizam a taxa de juros nominal ao invés de taxa real, para avaliar investimentos de longo prazo.
Porém, isso pode levar a ERROS GRAVÍSSIMOS de interpretação dos resultados.
Leia esse artigo e saiba o porquê disso…
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1 Usando Taxa Nominal
Taxa Nominal é aquela que NÃO considera os efeitos da inflação.
Quando você aplica dinheiro numa Caderneta de Poupança e ela rende 8,5% no ano, por exemplo, essa é uma Taxa Nominal, pois não se está analisando se a inflação ficou acima ou abaixo de tal percentual.
Confira simulação de um investimento hipotético, logo abaixo.
Nessa simulação, estamos considerando um período de 240 meses (20 anos), um valor mensal investido de R$500,00 e uma taxa de juros nominal de 0,865% ao mês.
Com base em tais valores, chegamos à conclusão de que o valor que seria poupado no período ultrapassaria os R$400 mil (última linha da tabela).
Todavia, essa conclusão é paupérrima, por desconsiderar os efeitos da inflação.
Em suma: será que esses R$400 mil, daqui 20 anos, teria o mesmo poder de compra que hoje?
A resposta é um enorme NÃO.
E é aí que está a falha na interpretação desse resultado.
Então, vamos melhorá-lo.
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2. Sobre a Taxa Real
A Taxa Real de juros é aquela de considera os efeitos da inflação.
Se você ganha 8,5% de juros numa aplicação na Caderneta de Poupança, e a inflação desse mesmo período é também de 8,5%, você não teve ganho real algum.
EM RESUMO: depois de um tempo, vai SIM, ter mais dinheiro, porém esse dinheiro comprará as mesmas coisas que no início da aplicação, pois os preços do que comprou também subiram na mesma proporção.
Continuando no caso citado acima, considerando uma aplicação que renda 8,5%, num ambiente de inflação de igual percentual.
Com tais valores, chega-se à conclusão que o valor futuro (de resgate) da aplicação vale a mesma coisa do que foi aplicado no início: taxa real de juros igual a zero.
Colocando isso em termos matemáticos, temos que:
Em que as taxas (nominal e real) e inflação, devem ser inseridas na fórmula na forma decimal.
Exemplo: 10% deve ser transformado em 0,1; 5% em 0,05 e assim por diante – basta dividir a porcentagem por 100.
Considerando o exemplo de uma aplicação de 8,5% e inflação de mesmo percentual, teríamos.
Como conclusões preliminares temos:
1) Se taxa nominal é igual à inflação, num dado período, a taxa real será zero;
2) Se taxa nominal maior que a inflação, num dado período, taxa real POSITIVA, com ganho no poder aquisitivo;
3) Se taxa nominal menor que inflação, num dado período, taxa real NEGATIVA e perda no poder aquisitivo.
Logo, em avaliações de investimento, principalmente de longo prazo, não considerar os efeitos da inflação podem gerar erros de conclusão gravíssimos.
3. Utilizando a Taxa Real
Voltando ao exemplo do item 1, em que foram aplicados R$500,00/mês ao longo de 20 anos, ao invés de utilizar a taxa de juros nominal, consideremos a seguinte taxa real de juros.
Veja que mantivemos a taxa nominal de 0,865% ao mês e consideramos uma inflação de 0,436% ao mês – essa taxa foi escolhida arbitrariamente.
Com o resultado da taxa de juros real, vamos calcular o novo valor futuro da série de depósitos de R$500,00.
Nesse caso, ao invés de um valor futuro superior a R$400 mil, obtivemos um montante bem menor, em torno de R$209 mil.
Preste bastante atenção na interpretação desse valor obtido.
Ao depositar R$500,00 por mês, ao longo de 20 anos, caso consiga um investimento que renda 0,427% ao mês, ACIMA DA INFLAÇÃO, conseguirá acumular o equivalente a R$209 mil em valor de HOJE.
Essa sim é uma conclusão poderosa e coerente.
Qualquer coisa diferente disso poderá não só levar a erros de interpretação, mas também ser utilizada como (um falso) argumento de vendas.
Clique aqui e veja tal aplicação em simulação de previdência privada (procure pelo único vídeo do artigo).
4. Indo mais a fundo na análise
Vamos dar um passo além e compreender perfeitamente como a taxa real é importante na análise de investimentos financeiros?
Confira a imagem abaixo, que traz apenas os primeiros meses de uma simulação de investimentos.
* se desejar ampliar a imagem, clique nela e irá abrir em outra janela
Vamos entender como essa tabela foi construída.
Na coluna DEPÓSITO temos que os valores a serem investidos, mensalmente, devem ser corrigidos pela Inflação (que está na coluna ao lado, a direita).
A ideia por detrás disso é que o valor do dinheiro diminui (corroído pela inflação), justificando que o valor depositado seja corrigido para compensar essa perda.
* No Mês 1: R$500,00 + 0,436% de inflação = R$502,18 a ser depositado.
Na quarta coluna temos a INFLAÇÃO ACUMULADA.
Exemplo: no quinto mês, após 5 índices de 0,436% ao mês, acumulou-se uma alta de preços de 2,198% no período. Vamos usar esses valores, mais adiante.
Na quinta coluna temos a TAXA REAL calculada pela fórmula e, em seguida, a TAXA NOMINAL de 0,865% ao mês, que foi utilizada no exemplo.
As colunas Saldo Nominal e Saldo Taxa Real, merecem uma atenção especial.
A coluna Saldo Nominal é aquela que REALMENTE vai ocorrer na prática, pois é corrigida exatamente pela taxa nominal de 0,865% ao mês. Ao tirar extrato do investimento, mensalmente, é exatamente esse o valor que aparecerá nele, a cada mês.
* No Mês 2: (R$1006,50 + 0,865%) + R$504,37 = R$1519,57
Já a coluna Saldo Taxa Real, tem a mesma sistemática de cálculo da coluna Saldo Nominal, porém, leva em consideração apenas a taxa REAL.
Ela não será verificada na prática, mas permite acompanhar apenas os ganhos que estão acima da inflação (que aumentam, realmente, o poder aquisitivo).
* No Mês 2: (R$1002,14 + 0,427%) + R$500,00 = R$1506,41
Como essa tabela tem mais de 240 linhas, tal característica tornaria inviável colocar toda ela nesse post.
Portanto, resumi os dados principais nas células coloridas em rosa e azul, ao lado direito da imagem.
Vou reproduzir, novamente, apenas esses valores, logo abaixo.
Nos primeiros dados da tabela, temos os valores das taxa utilizadas, em bases mensais e anuais.
Em seguida, já em azul, temos o Saldo Nominal, no valor de R$584.581,07.
Note que esse resultado deu bem maior que nossa primeira simulação, que havia chegado ao montante de 402.196,63.
Mas por que isso?
É que na primeira simulação, o cálculo foi feito utilizando sempre os R$500,00, enquanto na versão mais adequada, corrigimos o valor depositado pela inflação, todo mês.
Perceba que a pressuposição de aumentar o valor depositado mensalmente, faz todo sentido.
Você acha que hoje aplicaria R$500,00 e, após 20 anos, iria aplicar o mesmo valor?
Manter os R$500,00 por 20 anos só faz sentido se utilizarmos a TAXA REAL de juros, conforme apresentado na tabela do item 3. Utilizando a Taxa Real.
Nunca com a Taxa Nominal, que é o que mais se encontra por aí.
E para terminar a análise das células azuis da figura acima, ao pegarmos a Inflação Acumulada ao longo dos 20 anos, utilizando-a para deflacionar o Saldo Nominal Final de R$594 mil, chegamos exatamente ao mesmo valor da última célula da coluna Saldo Taxa Real e da conta apresentada na tabela do item 3. Utilizando a Taxa Real.
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4. Considerações Finais
Quando você quer responder a seguinte pergunta: “quanto dinheiro terei no futuro, se depositar X reais por mês, ao longo de Y anos?“.
Lembre-se sempre de utilizar Taxa Real de Juros, em que se desconta a inflação, para analisar tal investimento.
Em outras palavras, precisará calcular: qual porcentagem espera ganhar ACIMA DA INFLAÇÃO nos próximos anos?
Dessa forma, irá considerar não só os efeitos da inflação, mas também a correção monetária no valor depositado mensalmente, além de chegar a um resultado que tenha interpretação útil: o valor acumulado será quanto terei lá na frente, em poder aquisitivo de HOJE.
E por que isso é importante?
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2. Aprenda a Investir em Ações