Dia 31 de maio de 2009, foram anunciadas as 12 cidades sede da Copa do Mundo, pela FIFA.
Até dia 25 de março de 2014, os responsáveis pelo estádio Beira Rio, em Porto Alegre, não tinham certeza se conseguiriam instalar as denominadas “estruturas temporárias”. Motivo: não possuir os cerca de R$30 milhões necessários à sua execução.
Para se entender, rapidamente, essas tais “estruturas temporárias”, tomemos como exemplo as instalações destinadas à imprensa. No projeto do estádio, a capacidade para abrigar jornalistas é de X pessoas: suficiente para os jogos do mandante (Internacional) nos campeonatos estadual e nacional que disputa.
Porém, na Copa, o número de jornalistas é muito maior, sendo preciso mais espaço. Logo, as tais estruturas seriam provisoriamente instaladas para o evento, e depois retiradas para que o clube pudesse seguir sua vida normalmente.
Pois bem, diante desse imbróglio, os manda-chuvas do estado do Rio Grande do Sul, tiveram uma ideia. Como não é possível (legalmente) que o governo coloque esse dinheiro de seu (nosso) próprio bolso, que tal pedir para alguns “parceiros” entrar com essa bolada, em troca de isenção fiscal?
E assim, no mesmo dia 25/03, anteriormente citado, a Assembléia do Rio Grande do Sul aprovou a tal isenção fiscal, para agilizar o aporte dos recursos financeiros necessários. Agora os gaúchos poderão ver a Copa de 2014.
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Diante desses acontecimentos, nem vou me ater em comentar profundamente que tal isenção de impostos é quase a mesma coisa que pagar com dinheiro público. Pois, como o dinheiro não será arrecadado, também não poderá ser utilizado para saúde, educação, segurança etc.
O que fiquei pensando é: e se esse fato ocorresse na Suécia? Confira abaixo minha reflexão.
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Sabemos que os políticos suecos têm suas condutas, notoriamente, ligadas à corrupção. Então, fico imaginando como teriam sido os dias que antecederam essa aprovação de isenção, por lá.
O prefeito de Estocolmo chegaria para um nobre deputado e diria:
– Amigo, precisamos aprovar esse Projeto de Lei, senão nossa cidade ficará impedida de sediar a Copa.
Aí, provavelmente, o deputado responderia:
– Precisamos? Por que estaria usando a terceira pessoa do plural? Você está me propondo tirar dezenas de milhões de verbas públicas do nosso estado, que eu poderia utilizar para fazer alguma obra faraônica em minha cidade, ajudando em minha reeleição, para fazer estruturas provisórias? O que eu ganho com isso? Você vai se dar bem e eu me dar mal, não acha?
E o prefeito:
– E se eu depositasse em sua conta bancária, alguns milhares de Coroas suecas?
E o deputado:
– Aí sim, já estou começando a ver alguma vantagem. Se a proposta for boa, voto a favor…
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Essa história é de arrepiar os cabelos, não?
Mas ainda bem que estamos no Brasil e não na Suécia. Não há chances disso acontecer por aqui. UFA!!!!!! AINDA BEM!!!!
De outra forma, iria me sentir um palhaço e com náuseas, como na figura dessa postagem.
BRASIIIIIIIIIIIIIIIIIL SILLLLLLLLL SILLLLLLLLLLLL SILLLLLLLLLL
OBS: sei que esse site é sobre finanças pessoais, mas eu não aguento!
Textos complementares:
Aprovação do Projeto de Lei: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/03/assembleia-aprova-projeto-sobre-estruturas-temporarias-do-beira-rio.html
Como os suecos são insensatos: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/suecia-recusa-jogos-de-2022-para-nao-usar-dinheiro-publico