Bem, decisões desse tipo não são fáceis de serem tomadas e envolvem riscos. Porém, a existência de riscos é inerente à maioria das decisões financeiras, sendo o mais importante ter CONSCIÊNCIA deles de forma a ADMINISTRÁ-LOS. 

A discussão que farei a seguir é focada na descrição dos riscos e potenciais benefícios envolvidos (APENAS ANÁLISES FINANCEIRAS), pois desenvolver esse tipo de análise crítica significa melhorar o processo de tomada de decisão

A opção de vender a casa significa:

1) Colocar no bolso a diferença entre preço de venda e R$83.000,00;

2) Ter uma disponibilidade de recursos financeiros em torno de R$150.000,00. Considerei tal valor, pois a casa pode ser vendida a um preço um pouco inferior ao informado, além da existência de alguns custos na venda (ex: comissão da corretora de imóveis);

 

3) Com esse dinheiro investido, suponhamos que se consiga uma taxa de juros mensal de 0,7% ao mês, livre de impostos. Isso corresponde a aplicação lhe pagaria juros mensais de R$1.050,00. Ou seja, seria possível quitar o valor do aluguel mensal (R$900,00) e ainda deixar o restante rendendo juros sobre juros;

4) Na verdade, em termos de fluxo de caixa, se a parcela do financiamento ATUALMENTE PAGO for de, por exemplo, R$700,00 por mês (e deixará de existir), pode-se dizer que seria preciso apenas sacar R$200,00 do dinheiro investido, para manter o nível atual das despesas. Ou seja, gastando apenas R$200,00 dos R$1.050,00 disponíveis, será possível deixar uma parcela ainda maior do dinheiro rendendo, juros sobre juros, todo o mês.

1) Se valor do imóvel continuar subindo, em ritmo mais acelerado que da aplicação financeira, sobrarão lamentações por ter realizado a venda;

2) O valor do aluguel disparar e começar a ficar “salgado”, frente ao preço total do imóvel. Mas caso isso venha a acontecer no futuro, talvez seja a hora de partir para compra de um novo imóvel.

1) Liquidez, liquidez, liquidez. Isso significa que a pessoa terá dinheiro disponível para fazer bons negócios no futuro. Seja na compra de outro imóvel, em condições excelentes (sabe aqueles casos de um endividado que precisa se desfazer de um imóvel para saldar suas dívidas?), ou usar esse dinheiro em situações interessantes (em momentos de crise, quem tem dinheiro vivo em mãos é rei);

2) Mobilidade. Que pode significar, para um jovem, ter a possibilidade de se deslocar para outras cidades, a trabalho, sem o problema de ficar com um imóvel parado ou ter que vendê-lo às pressas. Para alguns, essa vantagem não faz tanto sentido. Mas para outros, faz muito.

 

Qual a melhor alternativa, só o futuro dirá. Mas o interessante ao estudar finanças pessoais, é abrir o horizonte para possibilidades que, para a maioria da população, é um completo absurdo (como o caso de vender a casa própria e morar de aluguel…). 

É isso aí pessoal, boa sorte em suas finanças e vida pessoal!