“Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como o mar
Num indo e vindo infinito”
Em artigo anterior (Drogas, obesidade e consumismo), busquei realizar uma reflexão sobre o quão difícil pode ser o processo de adaptação sugerido pelos Educadores Financeiros, em que uma pessoa deve sair de uma visão consumista, para uma vida financeiramente equilibrada.
Já nesse artigo, minha argumentação baseia-se na visão de que TODOS nós mudamos, invariavelmente, ao longo do tempo.
“Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda, o tempo todo
No mundo”
Dessa forma, ao aceitar que MUDAR é algo independente à nossa vontade, que tal fazermos um desafio a nós mesmos: e se mudássemos para MELHOR?
No campo das finanças pessoais, isso significa que uma boa dose de esforço HOJE, na busca incorporar melhores hábitos de consumo, pode fazer uma grande diferença na pessoa que será no FUTURO.
A economia, ao longo dos anos, vem estudando o comportamento dos indivíduos, ressaltando a importância dos chamados “vieses cognitivos”, nas tomadas de decisão. Com relação ao tema deste artigo, creio que dois desses vieses são particularmente importantes:
a) Viés do Status Quo: as pessoas tendem a não mudar de comportamento a menos que os incentivos sejam muito fortes; no momento de decidir, a tendência das pessoas é preferir a situação atual, à alternativa; quebrar o status quo significa abrir espaço para críticas e arrependimentos; na verdade, muitas pessoas buscam diminuir o “risco psicológico”: é o medo de errar.
b) Viés da confirmação: as pessoas geralmente buscam informações que confirmem o que consideram verdadeiro; também negligenciam informações que não confirmem seu pensamento inicial.
Em minha opinião, esses dois vieses acabam por diminuir as chances de uma pessoa conseguir se educar financeiramente. Elas acabam optando em se manter na “zona de conforto” (status quo), com medo de mudanças , e estão sempre coletando evidências que confirmem que todo mundo só consegue alguma coisa na vida ao se endividar.
Porém, é preciso quebrar essa barreira cognitiva, que impede que algumas pessoas mudem para melhor.
“Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo
AGORA
Há tanta vida lá fora”
O papel dos educadores financeiros, portanto, é o de ajudar os consumistas nesse processo de “libertação”. Criar uma massa crítica que forneça aos “descontrolados”, a possibilidade (através de ferramentas financeiras, reflexões…) de beber da água do planejamento, da disciplina, da definição de objetivos, tão essenciais para um correto gerenciamento de suas finanças. É viabilizar que haja sempre espaço, uma possibilidade de mudança “aqui dentro, SEMPRE, como uma onda no mar”.
É isso aí pessoal. Boa sorte em suas finanças e vida pessoal.