Creio que uma primeira indagação de quem lê o título deste artigo seja: qual a relação entre drogas, obesidade e consumismo? Do meu ponto de vista existe muita similaridade entre esses temas, sendo exatamente tal analogia o foco do texto.
PARTE I
O consumo exagerado de drogas, alimentos e bens/serviços, traz consequências danosas para a saúde de um indivíduo. Dependentes químicos e obesos, como se sabe, são alvo de muitas campanhas relacionadas à saúde pública. Da mesma forma, um comportamento compulsivo de um indivíduo, em relação ao consumo de bens e serviços, pode gerar externalidades negativas não só para si, mas também às pessoas que o cercam.
Já é comprovado que problemas psicológicos, que acabam por refletir no ambiente familiar e profissional, estão relacionados a uma vida financeira desregrada. Logo, essa primeira analogia significa que a criação de um hábito nocivo (consumo de drogas, comer em demasia, ou gastar mais dinheiro que se ganha) está presente nas três situações do título do texto.
PARTE II
Outra similaridade entre os temas é que, diagnosticado tal hábito nocivo, nas três situações não é nada fácil estancar a ferida. A todo momento, vemos casos de dependentes químicos que têm recaídas, mostrando ser um processo muito doloroso abdicar do consumo de drogas: a batalha é diária. De forma análoga, um obeso readequar seu hábito alimentar, substituindo alimentos calóricos por outros mais saudáveis, além de exercitar-se com regularidade, é tarefa que está longe de ser das mais triviais.
Note que em ambos os casos existem fatores que vão além da força de vontade individual. Há um contexto bastante complexo, sendo que em boa parte das vezes, mostra-se essencial o auxílio de um profissional para combater o “vício”.
No caso de consumidores compulsivos, mudar esse hábito não é algo simples, em que basta ler um livro sobre finanças pessoais e a pessoa “se cura”.
Aceitar a educação financeira passa por uma mudança de concepção de vida. E para que tal consciência financeira tenha reflexos na prática, em muitos casos não significa apenas força de vontade. Muitos precisam de ajuda profissional específica (educador financeiro, psicólogo) para vencer a batalha diária.
CONCLUSÃO
Ao aceitar as similaridades entre consumo excessivo de drogas, comida e dinheiro, é preciso reconhecer que as dificuldades para superar tais hábitos nocivos são imensas. Dessa forma, ao compreender a complexidade do contexto, talvez nós, educadores financeiros, possamos canalizar esforços em estratégias que realmente tenham efeito prático aos adictos em consumo e, assim, lutarmos por um efeito prático mais eficaz.