Eram meados de 2006 e apareceu a oportunidade de compra de meu primeiro imóvel: um apartamento de apenas um quarto, ideal para alguém que iria morar sozinho.
Com minhas economias, desembolsei o valor de R$35.000,00 à vista, e nesse imóvel vivi até o início de 2012.
A decisão de vendê-lo se deu porque nesse interstício de tempo conheci minha noiva, que veio morar comigo e o espaço diminuto não nos proporcionava o conforto desejado.
Razões de convívio a dois, a parte, recebi um valor de R$108.100,00 pela a alienação do imóvel (já descontada a comissão da corretora), configurando-se em uma valorização de 208% no período de 5,5 anos, aproximadamente.
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DECISÃO SOBRE A COMPRA OU ALUGUEL
Nesse momento da decisão existiam, basicamente, duas opções. A compra de um imóvel mais amplo, o que significaria a necessidade de um novo aporte de recursos para tal, ou a opção de alugar outro apartamento.
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Na época da venda, essa última alternativa foi a escolhida devido aos seguintes motivos:
a) no campo profissional, não descartava a possibilidade de me mudar de cidade nos anos vindouros, caso viesse a optar por prestar concurso para professor de universidade pública, ao término do meu doutorado; portanto, a compra de um apartamento viria acompanhada da chance de ser seguida de todo o transtorno de uma nova venda em curto período de tempo;
b) não acreditava em grandiosas valorizações dos imóveis nos meses que se seguiriam;
c) a compra de um novo apartamento diminuiria muito minha liquidez (quantidade de dinheiro prontamente disponível) e faria com que uma porção muito grande de minha riqueza ficasse em apenas um ativo (no caso, o próprio apartamento).
Com tais convicções em mente, aloquei os R$108.100,00 em Tesouro Direto (40%), Fundos imobiliários (40%) e um fundo de ações focado em dividendos (20%).
Independentemente de acertar ou não nos investimentos, gostaria de focar na discussão sobre como ficou minha situação financeira depois da decisão de alugar.
– No apartamento antigo, de minha propriedade, desembolsava R$280,00 de condomínio, mensalmente. No atual, o valor é de R$220,00, mais o aluguel de R$620,00. Com a economia no condomínio atual, pago a diferença para maior do IPTU do imóvel atual e ainda sobra um trocado. Considerando o valor inicial aplicado e uma remuneração de 0,65% depois dos impostos, consegui uma renda de aproximadamente R$700,00 por mês. Logo, pago o aluguel e me sobra dinheiro para investir ainda mais. Como é possível tirar proveito de juros compostos, futuros reajustes no aluguel, serão compensados por um aumento no patrimônio.
– Na questão pessoal, ganhei em conforto, pois o apartamento atual (alugado) possui um espaço muito mais amplo, o que melhorou a qualidade de vida e convivência a dois. Isso sem contar que estou a poucas quadras da faculdade na qual trabalho, o que implica em economia na utilização do veículo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A intenção do presente artigo não foi a demonstrar onde e como investir seu dinheiro, muito menos de dizer que você deveria fazer a mesma coisa que fiz e “especular” com sua casa: vendendo agora, investindo o dinheiro, e esperando que os preços venham a cair no futuro.
Não tenho essa visão e o blog não possui como missão difundir qualquer “jogada de mestre”, que possa acabar prejudicando as finanças dos leitores. Muito pelo contrário, essa saída serviu PARA MIM e pode não servir para você.
O intuito VERDADEIRO é de compartilhar com meus leitores uma decisão importante em minha vida, a forma como foi analisada e os reflexos disso em minha vida.
Gostaria também de demonstrar que é possível decidir sobre questões financeiras de maneira técnica , sem emoções e apelos familiares ou culturais, levando-se em consideração uma boa administração de risco (sempre tendo a humildade de reconhecer que nem sempre uma boa decisão leva a um bom resultado).
Feitos tais esclarecimentos, espero que minha experiência sobre como decidi sobre alugar ou comprar um imóvel possa servir de inspiração aos meus leitores, à medida que façam uma análise técnica sobre uma decisão tão importante da vida de todos nós.
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Boa sorte em sua vida financeira e pessoal!