CAPÍTULO 1: EXPOSIÇÃO DOS FATOS
Jorge e Ana estão juntos há três anos, sendo que as conversas sobre um possível noivado e casamento já se fazem presentes. Há um ano dividem o mesmo teto e carro. Num esforço e colaboração mútuos, nos últimos meses acumularam o valor de R$6.000,00 para trocarem o veículo que já apresentava sinais de que iria iniciar um ciclo de altos gastos com manutenção. O pai de Ana prontificou-se fazer a pesquisa sobre as possibilidades e verificou que: 1) o carro atual apresentava um valor de mercado de $19.000,00; 2) somando a este valor os R$6.000,00 poupados, seria possível comprar um carro usado com apenas um ano de uso e 12.000 km rodados.
CAPÍTULO 2: A EMOÇÃO INTERFERINDO NA DECISÃO
A opção oferecida pelo sogro de Jorge foi a melhor encontrada dentro das condições financeiras apresentadas. Porém, no casal de namorados ficou um sentimento mal resolvido: o carro atual é 1.6 enquanto a alternativa do carro a ser adquirido seria 1.0; outra “perda” seria passar de um carro quatro portas para outro com apenas duas. Mesmo que a troca significasse ter um carro cinco anos mais novo, havia uma percepção de que estavam regredindo em termos de conforto. Esse ponto de vista resultou em alguns comentários como “será que não compensa colocar mais um dinheirinho?”.
CAPÍTULO 3: AS TENTAÇÕES DO CONSUMO
De forma a verificar se não seria possível manter o mesmo padrão de conforto, Ana e Jorge decidiram fazer uma peregrinação a diversas concessionárias de carros novos e seminovos. Para resumir a história desse dia, após a quarta loja visitada, já estavam seduzidos e avaliando carros ZERO, COM AR CONDICIONADO, além dos 1.6 e quatro portas que tinham em mente. As argumentações dos vendedores, além do encanto dos carros brilhando e cheirando a novos, fez com que o orçamento a ser destinado ao carro passasse de R$25.000,00 para algo em torno de R$40.000,00.
CAPÍTULO 4: A SALVAÇÃO DA LAVOURA
Quando o casal, todo entusiasmado, contou o novo patamar de consumo para o pai de Ana, este levou um susto. De onde sairiam os R$15.000,00 não planejados? Jorge explicou ao sogro que possuíam esse valor adicional investido e estavam pensando na possibilidade de sacar tal montante e quitar a diferença à vista, sem a necessidade de financiamento. Foi então que o pai de Ana refletiu e mudou o curso da história: “creio que deveriam pensar melhor sobre quais são suas prioridades. Até onde sei, esse dinheiro seria destinado ao futuro de vocês, que estão pensando em construir uma vida juntos e com estabilidade. O planejamento inicial não era de aumentar o luxo do carro a ser adquirido, mas de diminuir o valor de sua manutenção de forma a sobrar dinheiro para outras conquistas, não é isso?”.
CAPÍTULO 5: FINAL FELIZ
Nos dois dias após ouvirem o conselho do pai de Ana, os pombinhos colocaram os pés no chão e voltaram a analisar a questão sob uma ótica mais racional. Chegaram à sensata conclusão de que se quisessem mais luxo, deveriam ter poupado mais dinheiro para a troca do carro. E mais, eles ponderaram o quanto o benefício de maior conforto do carro atrapalharia seus planos de médio e longo prazo – para suas realidades, demoraria um bom tempo até recuperarem os R$15.000,00. Decidiram, portanto, aceitar a oferta inicial, seguindo à risca o planejamento realizado, sem cair nas tentações do consumo.