Pergunta enviada por @flavioclima
Quem paga 22,5% de imposto na fonte deve fazer um PGBL? Isso só trará vantagem se fizer a declaração completa do IR?
Prof. Elisson responde:
Caro @flavioclima, o benefício tributário de um PGBL realmente só pode ser usado por quem optar pela declaração completa do imposto de renda. Isso porque, até o limite de 12% da renda bruta anual, as aplicações em PGBL podem ser usadas como um desconto da base utilizada para cálculo do imposto. Tal benefício pode significar, por exemplo, uma maior restituição (ou diminuição no valor a ser pago) no ano seguinte.
Para o seu caso específico, caso seja optante pela declaração completa, sugiro que faça uma simulação no software da Receita Federal, da seguinte forma: a) com os dados da sua última declaração, veja quanto obteve de restituição (ou imposto a pagar) neste ano; b) na guia pagamentos e doações efetuados clique no código Contribuições a Entidades de Previdência Complementar; c) digite quantos reais você gostaria de depositar em PGBL e veja o que acontece no canto inferior esquerdo, no campo de imposto a restituir (ou a pagar) da opção Por deduções legais (que é o método completo). Isso pode lhe ajudar a ter uma ideia o impacto das aplicações em PGBL, na SUA declaração.
Mas importante salientar que tal benefício será apenas momentâneo e, partindo-se da pressuposição que estará pensando em um plano de “aposentadoria”, este imposto será cobrado depois e você poderá ter muita dor de cabeça (leia-se, baixa rentabilidade). Tratei desse assunto no meu Especial Investimentos (clique aqui para ver o artigo específico) e demonstrei que o benefício de hoje, se mal usado, pode ser a armadilha de amanhã. E lembre-se, guardar dinheiro para o futuro é fundamental, sendo que a Previdência Privada é apenas uma alternativa.
Pergunta enviada por @ftremonti
Qual é o ponto que o brasileiro mais gasta sem necessidade?
Prof. Elisson responde:
Prezado @ftremonti, apesar de as “necessidades”, de cada pessoa, variarem, vou citar duas fontes de gastos que percebo serem comuns entre a maioria dos que reclamam de falta de dinheiro, e que poderiam ser eliminadas: a) as compras por impulso representam grande fonte de gastos, desde uma simples bala no caixa da padaria até um produto eletrônico que custa algumas centenas de reais; b) a obrigação de presentear é uma alta fonte de gastos para muita gente, pois todos os meses são compradas desde “lembrancinhas” até “super presentes”, que minam suas receitas.
A primeira pode ser eliminada utilizando-se de algumas técnicas, que vão desde não andar com cartão de crédito, mas apenas com dinheiro contado, até criar a disciplina de se perguntar: eu quero ou eu preciso?
Já a segunda fonte de gastos citada é cultural. Para alguns parece falta de educação não presentear. Do meu ponto de vista, é um dos hábitos que embutiram no nosso dia a dia que deveria ser eliminado.
Pergunta enviada por @gutosilveira72
Terminei a casa, tenho uma dívida de 70 mil reais com a família a juros de poupança e aplico mensalmente em tesouro direto. Continuo aplicando ou pago a dívida?
Prof. Elisson responde:
Aqui a resposta é simples @gutosilveira72. A decisão deve ser sempre baseada na taxa de juros. Por exemplo, a sugestão unânime dos especialistas de comprar à vista e não parcelado, se dá porque no Brasil, quase 100% das vezes, os juros dos financiamentos são (bem) maiores que a remuneração de suas aplicações. Se fosse o contrário, seria melhor comprar parcelado e do que tirar dinheiro de aplicação para comprar à vista.
No seu caso, aplicações em Tesouro Direto tendem a render mais do que a poupança. Portanto, seria um mau negócio tirar o dinheiro dessa aplicação, para pagar uma dívida que é corrigida pela poupança (ou seja, com taxa de juros menor).
Mas seu caso é uma exceção à regra, pois só com a família para conseguir um negócio bom desses né? Para a maioria, acaba compensando primeiro pagar a dívida, mesmo que tenha que tirar dinheiro de aplicações, para só depois começar a investir.